Guedes segue uma cartilha de recuperação econômica
estabelecida pelo FMI há aproximadamente 80 anos baseada em diminuição dos
salários, redução dos investimentos públicos e encarecimento do crédito. A
ideia do FMI era reduzir o consumo para controlar a inflação nacional. Entretanto,
muitos países acabavam em uma situação pior após adotarem as medidas do
fundo.
Com exceção do aumento dos juros, Guedes tem adotado as
medidas sugeridas nos anos 50 pelo FMI e os resultados não são positivos. O
crescimento do PIB em 2019 ficou abaixo dos anos de 2017 e 2018. Para o
ministro, o país ideal seria aquele com um Estado mínimo, com a economia sendo
puxada pela iniciativa privada.
O problema de Guedes está no espaço e tempo em que vive.
Apesar de estarmos em 2020, Guedes pensa que está no longínquo século XVIII,
escrevendo A Riqueza das Nações junto com Adam Smith.
Smith é considerado o pai do Liberalismo. Para ele, o Estado
não deveria intervir na economia e deixar o próprio mercado se regular com a
sua “mão invisível”.
Do século XVIII para cá, muita coisa mudou, principalmente o
Capitalismo. Na época de Adam Smith, independentemente de onde o capital fosse
alocado, ele iria para a produção. Se uma região fosse boa para produzir
batatas, empresários iriam alocar seus recursos para a plantação de batata ao
invés da de arroz. Portanto, sempre o investimento privado resultaria em
aumento de empregos pela necessidade de mão de obra para a produção.
Atualmente, o Capitalismo está na sua fase financeira. Se na
época de Smith os empresários tinham que investir em produção ou em serviços
necessariamente, hoje, eles podem escolher entre alocar seus recursos nos seus
negócios ou na poupança, títulos da dívida, ações ou em qualquer outro fundo
financeiro a depender do rendimento. Aplicar em ações, por exemplo, é muito
mais simples e demanda menos tempo para retorno do que construir uma fábrica de
sapatos. Porém, aplicar em ações não gera a mesma quantidade de postos de
trabalho do que o investimento na construção ou expansão de uma fábrica de
sapatos.
Os empresários não estão errados. Eles estão certos em
colocarem seus capitais onde o rendimento será maior. Não é função da inciativa
privada se preocupar com a geração de empregos. Nenhum empresário irá investir
em um investimento de rendimento menor apenas para gerar empregos para o país.
A iniciativa privada não é filantropia.
Para os investidores colocarem seus dinheiros novamente na
produção, o rendimento desse investimento precisa ser maior do que o obtido no
mercado financeiro. Para isso acontecer, é necessário que haja um aumento do
consumo de bens e serviços. Entretanto, para que as pessoas consumam mais
produtos e serviços, eles precisam ter mais empregos e a inciativa privada não
está interessada nisso.
Portanto, sem o interesse da inciativa privada para investir
em negócios que possam gerar empregos, cabe ao Estado a responsabilidade de
fazê-lo.
Figuras conhecidamente liberais começaram a dizer isso
publicamente, como os casos de Rodrigo Maia e Armínio Fraga. O Brasil só irá
sair da crise se o Estado puxar a retomada econômica. Entretanto, ao invés de
investir, Guedes quer desinvestir.
Se Paulo Guedes fosse de fato um liberal, ele iria lembrar de
Adam Smith. Para Adam Smith, o Estado deve atuar onde a iniciativa privada não
tem interesse. Portanto, se os empresários não querem gerar empregos, cabe ao
Estado o papel, seguindo a boa e velha cartilha do Liberalismo.
Porém, Guedes não é um liberal, tampouco um economista. Guedes
é um simples especulador com nojo dos pobres e preocupado com suas próprias
finanças.
Sim, essas reformas do Guedes minam ainda mais a renda do brasileiro, que tem o potencial de consumo ainda mais destruído, porém sem consumo não há recuperação!
ResponderExcluirA futurologia de Guedes:
Reforma trabalhista 3.000.000 de empregos, reforma da previdência 8.000.000 de empregos. Agora o Guedes quer implementar a CPMF , diz que gerará 8.000.000 de empregos....