Paulo Guedes é um
ultraliberal adepto de um estado super mínimo, possuindo a utopia que a
economia pode ser puxada pela iniciativa privada com intervenções quase nulas
do poder público. Porém, o crescimento do PIB de 2019, com pífio 1,1%, valor
inferior ao crescimento de 2018, mostra certo equívoco nas ideias do ministro.
Os liberais econômicos
seguem a mesma linha. Assim como Guedes, eles possuem a visão que o estado é um
grande empecilho ao desenvolvimento econômico, empresarial e produtivo. Acreditam
que a sociedade e a desigualdade social apenas irão melhorar com um grande
mundo de empreendedores onde ninguém mais é funcionário e nem dependente do
governo.
Já Bolsonaro desconhece
completamente as funções básicas do estado, não se comporta como presidente e é
limitado a fazer política somente com o enfretamento.
Com a chegada do
coronavírus, chegou também um enorme choque de realidade para aqueles que
sempre menosprezavam e desconheciam o papel do estado. Bolsonaro está
percebendo que um governo não é sustentado por bravatas e Paulo Guedes e seus
liberais estão notando a importância do estado.
A pressão cresce para que
o governo tome medidas para atenuar os impactos sociais e econômicos da
pandemia. Pessoas estão cada vez mais mobilizadas para protegerem seus entes
queridos, principalmente os idosos considerados um grupo de alto risco. Porém,
ao invés de acatar as recomendações das autoridades e as suas próprias,
Bolsonaro desrespeita tudo e a todos, incluindo a si mesmo. O presidente não
consegue perceber a dimensão da situação e acredita que imprensa e outros
poderes querem usar o coronavírus para derrubá-lo. Não à toa, sua sanidade
mental começa a ser questionada e um intervenção ventilada.
Por sua vez, Paulo Guedes
mostra estar completamente perdido e incapaz de demonstrar ações concretas que
possam atenuar os efeitos da crise. O ministro menosprezou tanto o papel do
estado como agente econômico que deve estar catatônico que somente o poder
público poderá amenizar os impactos do coronavírus.
Como Bolsonaro e Paulo
Guedes são incapazes de olharem o estado para além de uma bancada de negócios
com grandes estatais à venda, o governo bate cabeça entre pedir para as pessoas
ficarem em casa ou pedirem para irem às compras. Ambos já disseram que a
economia iria colapsar se todos ficassem em seus lares. É a velha esperança na
crença que a iniciativa privada irá nos salvar.
Sem planos efetivos, o
governo está perdido e acredita que precisará escolher quem irá sobreviver:
mercado ou pessoas. Se Bolsonaro e Paulo Guedes fossem de fato grandes
políticos, já teriam pensado em planos contingenciais utilizando a força do
estado para atenuar os impactos da crise. Como nunca acreditaram que o estado
pudesse ser a única esperança, demoraram a tomar as devidas precauções,
correndo atrás do prejuízo somente após perceberem que o mercado os abandonou
mesmo eles nunca o abandonando.
Nesse momento de
incerteza, umas das poucas certezas é que o serviço público de saúde está
pronto para atender a todos que necessitarem. Outra certeza é que Bolsonaro e Paulo
Guedes são incapazes de ocuparem os cargos que ocupam. Por fim, a última certeza
é que somente o poder público poderá nos salvar, mesmo não podendo ser salvo
dele mesmo.
O economista inglês John Maynard Keynes ainda tem muitas lições a ensinar. Os três pilares que ele defendia ainda são válidos:
ResponderExcluir1) Eficiência Econômica
2) Justiça Social
3) Liberdade Individual
Eu colocaria mais um item nessa relação que é uma preocupação mundial desde a década de 1980: a proteção ambiental. Por isso formas de desenvolvimento sustentável devem ser pensadas, elaboradas e aplicadas.
Um grande abraço Professor Leonardo!