quinta-feira, 19 de março de 2020

Bolsonaro é incapaz de lidar com coronavírus

Bolsonaro se mostrou completamente despreparado para enfrentar a crise do coronavírus no Brasil. Os casos estão aumentando e as mortes começaram a ocorrer. Ao invés de tranquilizar a população, mostrando-se um verdadeiro líder, o presidente revela sua faceta mais medíocre, no sentido literal da palavra.

Bolsonaro é incapaz de presidir o país e ser o líder que a nação precisa no momento porque ele é o presidente das pequenas coisas. O que importa para ele é a preocupação do cidadão-médio porque ele é o retrato do brasileiro-médio.

Desde que assumiu à presidência, Bolsonaro mostrou mais preocupação com radares nas estradas, multas ambientais, cadeirinha nos carros e outras insignificâncias do que com políticas econômicas, políticas sociais e políticas internacionais. Assuntos de elevada grandeza passam longe da preferência presidencial porque passam longe do cotidiano de entendimento do grupo do brasileiro-médio que Bolsonaro faz parte.

Na verdade, Bolsonaro não se interessa porque ele simplesmente não entende. O brasileiro-médio não entende como uma política de redução da desigualdade social afeta sua vida, mas entende e percebe os impactos dos radares nas estradas quando a multa por excesso de velocidade chega em sua casa. Por isso que Bolsonaro se concentra tanto com assuntos irrelevantes: são os únicos que ele compreende.

Diante de uma enorme crise social e econômica, Bolsonaro não sabe o que fazer e muito menos como agir.

A única forma que Bolsonaro conhece para fazer política é o confronto. Bolsonaro sempre cresceu no confronto, seja com Jean Wyllys, Maria do Rosário e imprensa. Mas no atual momento, optar pelo embate, menosprezando o tamanho da crise, politizando a situação e chamando seus apoiadores para fazerem um panelaço fracassado, foi a pior decisão possível.

Sem ações concretas e mostrando despreparo até para colocar uma mascara cirúrgica, Bolsonaro mostrou para a população que ela está sem liderança e abandonada à sua própria sorte. Não chega a ser surpresa o descontentamento exibido na forma de panelaços contra o governo nos últimos dias.

Nunca pensei que Bolsonaro pudesse deixar o governo por outro caminho sem ser pela renúncia. Entretanto, vendo a situação atual, começo a acreditar em uma possível queda presidencial.

O mercado financeiro já aponta uma recessão brasileira em 2020. Se a previsão se confirmar, haverá um possível aumento no desemprego e muita dificuldade para a população nacional.

Para piorar, se pandemia não for controlada, é possível termos um cenário de total desespero com uma quantidade considerável de mortos. Em seu vigésimo dia no Brasil, o coronavírus infectou mais pessoas do que na Itália, o país que mais sofreu no mundo com a doença após a China.

Essa combinação de crise econômica, desemprego, crise na saúde pública, pessoas doentes e mortes de familiares criaria uma revolta popular insustentável para Bolsonaro. Nessa situação, as pessoas querem respostas de um líder e, se esse líder não for o atual presidente, elas irão tirá-lo.

O povo não gosta de presidentes que menosprezam e desdenham de suas preocupações como Bolsonaro fez com a pandemia do coronavírus. A população se sente abandonada porque pensa que Bolsonaro não se importa por poder viver em um palácio guardado e isolado enquanto ela vive no hostil ambiente largada a sua própria sorte.

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