No
gabinete mais vigiado do Brasil, dois grupos disputam a liderança e a preferência
do público. De um lado, o grupo olavista comandando pelo guru presidencial
Olavo de Carvalho e seus seguidores que incluem ministros e filhos do
presidente. Do outro lado, militaristas liderados pelo vice-presidente Mourão.
Observando
tudo com olhos atentos, o big boss Bolsonaro trabalha para manter os níveis de
audiência de seu governo que começam a apresentar quedas no horário nobre.
A
mais nova polêmica entre os grupos envolveu o líder Olavo de Carvalho com o vice-líder
militarista, o general Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo. O
general vem sofrendo ataques coordenados dos olavistas Carlos Bolsonaro e do
próprio Olavo, incitando seus seguidores nas redes sociais a endossarem o
repúdio a Santos Cruz. O ministro disse a Bolsonaro que há um ataque coordenado
contra ele e que não passará pelo constrangimento passado pelo eliminado
Gustavo Bebianno. Santos Cruz suspeita que o big boss seja o incentivador dos
ataques.
A
suspeita do ministro tem fundamento porque Bolsonaro desautorizou indiretamente
Santos Cruz pelo Twitter. O ato de Bolsonaro foi suficiente para inflamar a ala
olavista que age para reduzir o poder dos militaristas no governo. Carlos
Bolsonaro, um dos olavistas, criticou publicamente a estratégia de comunicação
governamental adotada por Santos Cruz e deflagrou uma crise envolvendo o
general Mourão, fritando publicamente dois dos principais membros da ala militarista.
No
atual momento do jogo, Bolsonaro parece mais simpático com o grupo olavista. O
presidente tem demonstrado incômodo com o grupo militarista por uma possível
tentativa de surrupiar o cargo de big boss da presidência e tutelar os destinos
do programa.
A
simpatia de Bolsonaro aos olavistas tem sido vista como omissão por militares
que deram o recado pelo mais respeitado general da reserva, o general Eduardo
Villas Bôas. Villas Boas disse que Olavo é desprovido de princípios e não
promove soluções concretas para o país além de dizer que rebater o guru de
Bolsonaro seria dar importância a ele.
Por
sua vez, para manter alta a audiência do gabinete mais vigiado do Brasil, Olavo
disse que os militares estão se escondendo atrás de Villas Bôas, referindo-se a
ele como um “doente em uma cadeira de rodas”. O comentário provocou repúdio em
senadores que saíram em defesa do general. Lasier Martins (Podemos), Luiz
Carlos Heinze (PP) e Paulo Paim (PT) assinaram um documento em favor do
general.
O
atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM) também se manifestou contra
Olavo de Carvalho ao prestar solidariedade ao ministro Santos Cruz. Outro
senador, o Major Olímpio (PSL), defendeu a ala militar e pediu para que Olavo
não seja associado ao PSL.
O
público, por sua vez, acompanha consternado o reality show governamental,
buscando explicações para a situação que está ocorrendo. Em socorro do público,
a imprensa especializada tenta explicar o inexplicável e demonstra cada vez
mais que não faz a mínima ideia do que está dizendo.
A
verdade sobre o BBB da presidência é que ele deve ser assistido da mesma forma
que a vida deve ser vivida na ótica de Albert Camus. Segundo Camus, a vida vai
ser melhor se a vivermos sem buscarmos um sentido. É possível que o conselho de
Camus seja utilizado para entendermos o governo Bolsonaro.
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