quinta-feira, 31 de julho de 2014

O que é um carro?


Não é preciso uma pesquisa apurada para saber que o automóvel desperta paixão e fascínio no público masculino. A figura do carro está associada pela sociedade com poder, sucesso profissional, sofisticação, importância e riqueza. Além de ser um objeto de forte atração sexual. Ou seja, mais do que um meio de transporte, os automóveis são um instrumento de status e afirmação social.

Existe, obviamente, pessoas que sentem prazer ao dirigir, uma forma de hobby para relaxar e outras que necessitam de bons carros, pois dependem deles para executarem seus trabalhos. Entretanto, é impossível desassociar a imagem do carro à pessoa que o dirige.

Até o presente momento do texto, tudo o que foi descrito é referente ao ganho não pecuniário do automóvel. A compra de um carro, muitas vezes ocorre por conta do lado emocional, na espera de obtenção de ganhos intangíveis. Se entrarmos no campo racional, a compra de um automóvel somente por ganhos não pecuniários é algo impensável.

Um grande professor de nome Tabajara, que de tabajara não havia nada, definiu o carro como sendo "um monte de dinheiro que você anda em cima, e que cada vez que você anda, o monte de dinheiro diminui". A metáfora descrita é muito boa, pois explica que é impossível, na maioria dos casos, obter ganhos diretos com a obtenção de um automóvel.

No século XVIII, Adam Smith explicou a existência de dois tipos de trabalho: os trabalhos produtivos e os trabalhos improdutivos. O trabalho produtivo é caracterizado como o tipo que acrescenta algo ou valor aos objetos produzidos. Um trabalhador de uma linha de montagem acrescenta valor ao carro produzido, pois sem seu trabalho, o produto nunca seria produzido. Entretanto, o trabalho improdutivo não gera valor. Pelo contrário, gera gastos e despesas.

Adam Smith disse que o trabalho improdutivo ocorria com criados, nobres e funcionário públicos, considerados como trabalhadores improdutivos. Vale ressaltar o contexto histórico no qual Adam Smith viveu. Provavelmente, em pleno século XXI, suas opiniões sobre o funcionalismo público seriam diferentes.

A partir da ideia de Adam Smith, podemos adaptar a teoria de trabalho produtivo e improdutivo para bens produtivos e improdutivos. Os bens produtivos seriam aqueles geradores de valor. Uma colheitadeira de cana, por exemplo, que adiciona valor a toda produção de seu proprietário. Em contra partida, o bem improdutivo seria aquele que não gera retorno financeiro, apenas depreciação e gastos com manutenção.

Portanto, podemos classificar o carro como sendo um bem improdutivo, pois ele não gera valor pecuniário para seu proprietário. Ao efetuar a compra, o carro já fica desvalorizado e a cada quilômetro rodado, o valor de revenda diminui.

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