O Capitalismo Financeiro
parece que está prestes a conseguir derrubar de vez Sergio Moro e a Operação
Lava-Jato. Para entender o interesse do Capitalismo Financeiro, é necessário
compreender quem e onde a operação estava atuando.
Até o momento, a
Lava-Jato investigou empresas do Capitalismo Industrial, uma vertente do
Capitalismo que possui bens palpáveis, para explicar de modo simplificado, como
seu resultado final. Petrolíferas como a Petrobrás e construtoras como a
Odebrecht são companhias que integram o Capitalismo Industrial. Em algum
momento, a Lava-Jato teria que agir no Capitalismo Financeiro.
O Capitalismo Financeiro
é aquele do rentismo, das ações e do mercado financeiro onde o resultado final
é simplesmente o dinheiro. No Capitalismo Financeiro, o produto final é
imaterial. É o dinheiro na conta que nunca será visto porque ele precisa ser
investido novamente no sistema.
Com Jair Bolsonaro, o
Capitalismo Financeiro encontrou uma forma de tirar Sergio Moro do sistema. Sem
um “juiz-herói” para sustentar a operação, ela simplesmente implode e vê seu
principal representante debaixo das barbas do sistema político. Assim, a
Lava-Jato permanecerá distante do Capitalismo Financeiro, atingindo somente
empresas do Capitalismo Industrial e deixando os bancos de lado.
A eleição de Bolsonaro
foi excelente para o Capitalismo Financeiro que viu a oportunidade de ter um
político obtuso o suficiente para ser manipulado pelos seus agentes dentro do
governo, um deles, o próprio Paulo Guedes. Guedes, por sua vez, foi quem
realizou a interlocução para que o vaidoso Sergio Moro assumisse o ministério e
deixasse a Lava-Jato, protegendo os bancos da investigação, pois não existe
nada mais corrupto que o Capitalismo Financeiro.
Em seguida, foi
incutida a ideia que a culpa da dívida é do Estado Social quando na verdade é
do Capitalismo Financeiro. Reforma da Previdência, privatizações, reforma
tributária e redução de programas sociais foram feitos ou serão realizados com
a desculpa da falta de dinheiro em caixa. Uma crise fabricada para destruir o
Estado Social, revertendo o dinheiro para os bancos com a desculpa do pagamento
de juros da dívida pública.
Outro ponto importante
do quebra-cabeça é a demissão de Joaquim Levy. Paulo Guedes e Bolsonaro
insistiram que Levy deveria abrir a “caixa-preta” do BNDES. Porém, nunca houve
uma caixa-preta para ser aberta. Entretanto, Guedes e Bolsonaro insistiam com
Levy porque queriam encontrar novas irregularidades no Capitalismo Industrial
financiado pelo BNDES para que ninguém se voltasse para o Capitalismo
Financeiro e para a verdadeira caixa-preta que está no Banco Central.
É o Banco Central que
gerencia todo o mecanismo para o Capitalismo Financeiro. A dívida brasileira
foi gestada no Banco Central que tira dinheiro do Estado e entrega para o
Capitalismo Financeiro por meio de juros, garantindo os seus ganhos.
Para melhorar ainda
mais a situação do Capitalismo Financeiro, Glenn Greenwald surge com a “Operação
Vaza-Jato” que não estava nos planos. As conversas divulgadas pelo The
Intercept Brasil caíram como a “cereja do bolo”. Glenn expôs Sergio Moro e toda
a operação de um modo imaginável, implodindo de vez a credibilidade e colocando
em xeque o futuro da Lava-Jato.
O encontro de um
político obtuso com um político vaidoso possibilitou o Capitalismo Financeiro
se proteger. O aval para a eleição de Bolsonaro só foi dado quando ele anunciou
Paulo Guedes, o arauto do Capitalismo Financeiro, com super poderes na
economia. Nunca o apelido de “marreco” foi tão bem empregado a Sergio Moro que
caiu como um pato ao aceitar ser ministro. Moro foi retirado da Lava-Jato não
pela forma como o PT queria tirar, mas pegando o ex-juiz pelo seu lado fraco: a
vaidade.
Muito boa sua argumentação, não tinha analisado sobre esse ponto de vista.
ResponderExcluirBem legal o seu texto. É outra pegada em comparação com os vídeos. Direto ao ponto.
ResponderExcluirBom texto. Com tanto bombardeio de informações por aí,as leituras ficam mais tranquilas.
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