terça-feira, 16 de julho de 2019

Moro caiu como um pato no plano do Capitalismo Financeiro


O Capitalismo Financeiro parece que está prestes a conseguir derrubar de vez Sergio Moro e a Operação Lava-Jato. Para entender o interesse do Capitalismo Financeiro, é necessário compreender quem e onde a operação estava atuando.

Até o momento, a Lava-Jato investigou empresas do Capitalismo Industrial, uma vertente do Capitalismo que possui bens palpáveis, para explicar de modo simplificado, como seu resultado final. Petrolíferas como a Petrobrás e construtoras como a Odebrecht são companhias que integram o Capitalismo Industrial. Em algum momento, a Lava-Jato teria que agir no Capitalismo Financeiro.

O Capitalismo Financeiro é aquele do rentismo, das ações e do mercado financeiro onde o resultado final é simplesmente o dinheiro. No Capitalismo Financeiro, o produto final é imaterial. É o dinheiro na conta que nunca será visto porque ele precisa ser investido novamente no sistema.

Com Jair Bolsonaro, o Capitalismo Financeiro encontrou uma forma de tirar Sergio Moro do sistema. Sem um “juiz-herói” para sustentar a operação, ela simplesmente implode e vê seu principal representante debaixo das barbas do sistema político. Assim, a Lava-Jato permanecerá distante do Capitalismo Financeiro, atingindo somente empresas do Capitalismo Industrial e deixando os bancos de lado.

A eleição de Bolsonaro foi excelente para o Capitalismo Financeiro que viu a oportunidade de ter um político obtuso o suficiente para ser manipulado pelos seus agentes dentro do governo, um deles, o próprio Paulo Guedes. Guedes, por sua vez, foi quem realizou a interlocução para que o vaidoso Sergio Moro assumisse o ministério e deixasse a Lava-Jato, protegendo os bancos da investigação, pois não existe nada mais corrupto que o Capitalismo Financeiro.

Em seguida, foi incutida a ideia que a culpa da dívida é do Estado Social quando na verdade é do Capitalismo Financeiro. Reforma da Previdência, privatizações, reforma tributária e redução de programas sociais foram feitos ou serão realizados com a desculpa da falta de dinheiro em caixa. Uma crise fabricada para destruir o Estado Social, revertendo o dinheiro para os bancos com a desculpa do pagamento de juros da dívida pública.


Outro ponto importante do quebra-cabeça é a demissão de Joaquim Levy. Paulo Guedes e Bolsonaro insistiram que Levy deveria abrir a “caixa-preta” do BNDES. Porém, nunca houve uma caixa-preta para ser aberta. Entretanto, Guedes e Bolsonaro insistiam com Levy porque queriam encontrar novas irregularidades no Capitalismo Industrial financiado pelo BNDES para que ninguém se voltasse para o Capitalismo Financeiro e para a verdadeira caixa-preta que está no Banco Central.
É o Banco Central que gerencia todo o mecanismo para o Capitalismo Financeiro. A dívida brasileira foi gestada no Banco Central que tira dinheiro do Estado e entrega para o Capitalismo Financeiro por meio de juros, garantindo os seus ganhos.

Para melhorar ainda mais a situação do Capitalismo Financeiro, Glenn Greenwald surge com a “Operação Vaza-Jato” que não estava nos planos. As conversas divulgadas pelo The Intercept Brasil caíram como a “cereja do bolo”. Glenn expôs Sergio Moro e toda a operação de um modo imaginável, implodindo de vez a credibilidade e colocando em xeque o futuro da Lava-Jato.

O encontro de um político obtuso com um político vaidoso possibilitou o Capitalismo Financeiro se proteger. O aval para a eleição de Bolsonaro só foi dado quando ele anunciou Paulo Guedes, o arauto do Capitalismo Financeiro, com super poderes na economia. Nunca o apelido de “marreco” foi tão bem empregado a Sergio Moro que caiu como um pato ao aceitar ser ministro. Moro foi retirado da Lava-Jato não pela forma como o PT queria tirar, mas pegando o ex-juiz pelo seu lado fraco: a vaidade.


3 comentários:

  1. Muito boa sua argumentação, não tinha analisado sobre esse ponto de vista.

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  2. Bem legal o seu texto. É outra pegada em comparação com os vídeos. Direto ao ponto.

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  3. Bom texto. Com tanto bombardeio de informações por aí,as leituras ficam mais tranquilas.

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