quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Como separar "homens" de "meninos"?


Não é a idade que define quem são "homens" e quem ainda são os "meninos". Muitos homens de mais de 40 anos são muito mais "meninos" que jovens de 20. O que vai definir a separação dos "adultos" das "crianças" é a maturidade. Ela é o cordão de isolamento apenas transposto com ideias, atitudes e forma de comportamento perante situações vivenciadas no cotidiano.

Uma forma simples de separação de "homens" de "meninos" é pela identificação das disputas pessoais de cada um: meninos disputam por dinheiro, homens disputam por poder. Portanto, caso você escute alguém se vangloriando pelo seu ganho pecuniário mensal ou afirmando que o mais importante na vida é o dinheiro, pode ter certeza que se trata de um "menino".

Obviamente, o dinheiro é um meio de obtenção de poder, porém, somente o dinheiro isoladamente não configura poder. Qual o poder de um diretor com salário de R$ 15.000,00 que trabalha das 8:00 às 21:00, chega cansado em casa, não convive com os filhos, sofre de ataques de ansiedade e possui uma vida algemada ao trabalho? A resposta é simples: nenhum. Não adianta ter dinheiro se o indivíduo não consegue transformá-lo em poder.

Poder é ganhar R$ 15.000,00 e poder chegar em casa às 18:00. Poder é poder sair do trabalho e realizar uma atividade física. Poder é poder ir ao shopping tomar um café às 15:00 em uma quarta feira sem preocupações. Poder é poder curtir os filhos após um dia de trabalho. Poder é poder ostentar o seu poder.

A ostentação do poder é um fator importante na identificação de uma pessoa realmente poderosa. A ostentação do poder ocorre de diversas maneiras pode encontrar-se em situações quase imperceptíveis aos olhos dos mais desavisados e podem parecer até mesmo gestos nobres. Porém, por de trás do véu de toda essa nobreza, encontra-se a realidade sórdida: exibição do poder.

Não pensem que Bill Gates quer apenas ajudar o mundo com sua fundação, considerada a maior fundação de caridade do mundo, e com suas doações bilionárias. Ele financia sua fundação e realiza suas doações bilionárias porque ele pode. Tais ações filantrópicas realizadas pelo criador da Microsoft são formas de afirmação e exibição de todo o poderio financeiro que ele possui. Ele as realiza porque ele pode, porque ele tem condições para tal. Você tem essa condição? Óbvio que não.

Contudo, mesmo que as intenções do Bill Gates sejam as mais verdadeiras, elas acabam por ser instrumentos de ostentação de poder.

Outra forma de ostentar poder é com a prole. Desconsiderando as camadas sociais mais baixas, as quais possuem um comportamento atípico, a quantidade de filhos sempre foi vista como uma forma de poder. Nas sociedades rurais, mais filhos significava uma maior força de trabalho no campo.

Com a urbanização da sociedade, as classes sociais mais altas começaram a relacionar o aumento de filhos com o aumento de gastos. Países que possuem um desenvolvimento econômico maior que o Brasil, com uma classe médias mais desenvolvida, apresentam índices de natalidade baixíssimos. Portanto, em situações como essa, ter dois, três, quatro ou mais filhos é uma forma de mostrar poder. É exibir para toda a sociedade seu poder de prover aos quatro filhos escola particular, convênio médico e conforto.

Portanto, caros leitores, a mais simples e benevolente das atitudes pode representar a maior das ostentações de poder. E lembrem-se sempre: meninos lutam por dinheiro, homens lutam por poder.



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